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Edição 6 - Análise da semana [25/09 - 01/10]
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Edição 6 - Análise da semana [25/09 - 01/10]

Após Setembro turbulento investidores aguardam ansiosos a chegada do Q4

Caro assinante,

Setembro foi um mês marcado por muita volatilidade com causas e desdobramentos bem diferentes. Do excesso de alavancagem em derivativos, passando pelo medo global causado pela Evergrande até o banimento de cripto moedas na China, esses eventos somados causaram uma variação de 25.4% nessas quatro semanas. O interessante a ser notado, é que o último acontecimento foi o que menos teve impacto, como se os investidores já não ligassem mais para as medidas autoritárias do governo do país mais populoso do planeta. Mas afinal, ainda estamos em um ciclo de alta ou esse seria o topo para 2021? É o que vamos analisar nesta sexta edição da newsletter Análise On-Chain.

Vamos aos destaques da semana:

  • Setembro tem bastante volatilidade com derivativos e notícias da China.

  • Bitcoin apresenta dificuldades para voltar aos USD 50k.

  • Baixa atividade na rede apesar da acumulação causa uma divergência.

  • Derivativos estabilizam após a liquidação em cascata do início do mês.

  • Seria esse o último ciclo do bitcoin?


Setembro agitado com China e derivativos

Em Julho o bitcoin encontrou um suporte na região dos USD 28k parecendo ter colocado um ponto final na crise de mineração que acarretou em uma correção de mais de 56% desde o topo histórico. O que se viu em seguida foi um forte rali de alta que levou muitos a pensarem que os USD 50k seriam facilmente rompidos. Mas mesmo com todas as notícias positivas envolvendo El Salvador, Twitter e MicroStrategy, a principal cripto moeda não conseguiu romper a resistência que agora parece ser mais psicológica do que técnica. China e derivativos jogaram um banho de água fria nos que acreditavam que a recuperação seria em V-shape e agora aguardam com cautela a chegada do quarto trimestre. Confira a edição 5 na qual abordamos em detalhes esses acontecimentos.

Base de custos de investidores

A seguir temos o gráfico com a distribuição do preço realizado do bitcoin, ou URPD na sua sigla em Inglês. Ele serve como um indicador de volume on-chain e pode ser interpretado como um identificador de áreas de suporte e resistência. Podemos observar que existem grupos de grande concentração, indicando que aconteceram muitas transações entre USD 43k e USD 50k e isso nos dá uma noção da base de custos dos investidores. O próximo cluster aponta que a última grande barreira ficaria entre USD 55k e USD 60k.

Baixa atividade na rede apesar do comportamento de acumulação gera divergência

Nas ultimas edições temos acompanhado de perto o comportamento do chamado smart money e todos os sinais on-chain apontam para um grande movimento de acumulação que pode levar a um supply squeeze. De forma resumida, isso acontece por causa da diminuição da oferta líquida de bitcoins, levando a uma forte valorização nos preços. Na edição 2 falamos em detalhes sobre essa hipótese.

Mas uma estranha diminuição no uso da rede tem causado uma divergência, que junto com as quedas recentes, podem levar a um cenário pessimista no curto prazo. Repare que o número de transações na rede vem diminuindo de forma consistente desde Janeiro de 2021.

Tendo essa divergência, podemos criar tanto um cenário otimista como um pessimista para o momento atual.

No caso otimista, seria o resultado crescente da adoção de redes de segunda camada. Veja abaixo como a capacidade cumulativa da rede Lighting Network teve um aumento de 161% desde o início do ano.

Já no pessimista, é que a correção de mais de 50% em maio resultou na expulsão de muitos traders e investidores de varejo, diminuindo assim o interesse no protocolo a partir de 2021.

Uma terceira possibilidade seria a de ambos cenários descritos acima estarem acontecendo ao mesmo tempo.

Exchanges e derivativos

Abaixo podemos ver a evolução do fluxo nas corretoras. Repare a mudança de padrão a partir de Março de 2020. Na teoria indica que investidores estão acumulando, diminuindo assim a oferta líquida de moedas para negociação. O período de Julho a Setembro tem apresentado saídas variando entre 80k e 100k bitcoins por mês. O funding rate também voltou a níveis mais estáveis após os eventos de liquidação em cascata no início do mês.

Os ciclos do bitcoin

Atualmente, a maioria dos investidores ainda esperam ciclos de quatro anos, pautados por halvings e seguidos por correções de mais de 80% . Mas e se desta vez o padrão não for seguido? Temos que levar em consideração que o bitcoin não é o mesmo que era há alguns anos atrás. Hoje o nível de maturidade da tecnologia e aceitação entre investidores institucionais está em um nível muito mais avançado. Essa semana, por exemplo, o Twitter anunciou a adoção do bitcoin como meio de pagamento em sua plataforma, e provavelmente notícias similares surgirão nos próximos meses.

Grandes correções sempre acontecerão, mas é provável que o bitcoin se comporte daqui para frente de forma mais similar ao S&P 500 do que a uma cripto moeda.

Em resumo

Os investidores de longo prazo estão agora em seus níveis máximos de acumulação. Se olharmos para o que aconteceu no passado, podemos esperar dois ou mais meses de re-acumulação, seguidos por uma forte alta. Mas como nada é tão óbvio assim, é bom estarmos sempre preparados para qualquer acontecimento que mude o rumo de nossas previsões.

Muito obrigado e até a próxima semana!



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O áudio dessa newsletter foi gerado por meio de inteligência artificial. Algumas palavras ou expressões podem soar diferentes, mas estamos trabalhando para melhorar a precisão.

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